Uma
pena, tudo indicava que Marília Arraes (PT) poderia vim a ser uma nova via na
politica pernambucana, mero engano, hoje claramente aquela euforia que tomou
conta por alguns meses dos mais variados meios de comunicação, sumiu.
Sim,
isso mesmo, sumiu, tudo não passou de uma miragem, de um devaneio de verão. Dentre
os vários motivos, dois posso afirmar com certeza.
O
primeiro é que o seu próprio partido, o Partido dos Trabalhadores – PT, não a
quer candidata, basta ver os movimentos que a cúpula, tanto local, quanto
nacional, tem feio em direção a uma aliança com o hoje Governador de Pernambuco,
Paulo Câmara do Partido Socialista Brasileiro – PSB.
O
segundo é que aquela imagem de madura, de que sabe o que quer, que sabe para
onde quer ir, que sabe o que está fazendo, a imagem de que já está madura e preparada para assumir tal desafio, a qual Marília tenta passar a todo instante, sumiu. Pelo menos foi está à impressão que tivemos ao encontra-la há uns três ou quatro domingos atrás em Garanhuns no hotel Tavares Correia, onde a vereadora do
Recife estava hospedada.

Conversando
com Marília perguntamos se ela acreditava que por ser neta do ex-governador de
Pernambuco Miguel Arraes (PSB) e prima do também ex-governador e hoje já
falecido, Eduardo Campos (PSB), dois mitos populares, digamos assim, ela
acreditava que isso poderia ajuda-la. A resposta? A resposta é a mesma, mesma e
mesma. Marília faz questão de dizer que não quer ser eleita por força de mito
nenhum, mas que por seu próprio mérito, onde fica evidente que ela chega a
fazer um esforço para não falar os nomes do avô e do primo. Mas aí pergunto,
afinal, perguntar não ofende. Já que ela faz questão de tentar aparentar que
não está nem aí para o nome Arraes que carrega, por que não usar só Marília em
sua logomarca? Seria o mais coerente com o seu discurso. Concordam?
Mas
não, ela faz questão de ter o nome Arraes em letras garrafais em sua logomarca, destoando
assim o discurso da prática.
Ainda
nos tratando do tema família, o que mais nos chamou a atenção, chegando até a
me causar uma certa estranheza, admito, foi a frieza com que ela se refere ao primo e ex-governador
já falecido.
A
quem diga que ela simplesmente rompeu com seu primo Eduardo Campos e com parte
da família por não ter tido a paciência de ouvir o primo mais experiente e
esperar o seu momento de alçar voos mais altos na politica, querendo a todo custo ser candidata a deputada federal naquele momento. Colocando assim seus
interesses pessoas e sua vaidade em primeiro lugar.
Saindo
do tema família, num dado momento da conversa, perguntamos a vereadora se poderíamos
gravar uma entrevista em vídeo para o nosso Blog do Cisneiros, de imediato ela
disse que sim, para ser logo interrompida por sua assessora de imprensa de 21
ou 22 anos se não me engano, não me lembro ao certo, mais também tinha um garoto com
uma câmara na mão dizendo fazer parte do colegiado que decide o que Marília deve ou não fazer. Nada contra dar oportunidade aos jovens, sem falar que encontramos
a todo o tempo um montão de jovens talentosos e promissores na carreira que
escolheram seguir, mas tenho de admitir uma coisa, me deu medo imaginar
essa menina eleita governadora sendo controlada por uma garota de 21 ou 22 e um
rapazinho mais ou menos da mesma idade com uma câmera na mão e um sorriso
engraçado no rosto. Me deu medo sim, em você não?

Quando
eu e outro colega de imprensa que lá estava presente tentamos insistir um pouco
mais para que ela gravasse a entrevista em vídeo para ambos, percebemos que no
meio daquela indecisão toda entre ela e os assessores, a garota dizendo uma coisa, o garoto outra, e nos outra,
ela ficou confusa e logo contrariada, já disparando que não poderia deixar de
atender aos garotos. Admitimos que este comportamento assustou, mais mostrou que pelo menos ela é de ouvir o grupo, a equipe que a acompanha.
Não sei como ela
reagiu com sua equipe ao sairmos, mais enquanto lá estávamos, realmente a
aplaudimos por respeitar sua assessoria. Mas como dissemos, ficamos um pouco
receosos pela pouca idade e experiência da sua equipe.
Talvez,
por tudo isso que já dissemos acima, sendo esta, a forma que percebemos,
devêssemos ressaltar, que nem seu partido, o PT, acredita nela, o qual vem trabalhando
intensamente para uma aliança com o PSB, partido do qual ela saiu para o PT e
que se refere com um claro e explicito recentimento.
Quando
perguntamos o que ela pensava do governador Paulo Câmara (PSB), o maior elogio
que ela deu é que ele age como que ainda nem soubesse que já é governador. Bem,
isso admitimos que se tivéssemos ouvido há uns dois anos atrás até concordaríamos.
Como não é segredo pra ninguém que não poupamos as criticas quando necessárias ao
governo do estado, mais hoje eu não posso aceitar tal prognostico, não num
momento de crise como este em que o país vive, em que a maioria dos estados
brasileiros estão quebrados, onde o estado do Rio de Janeiro, um dos maiores em
riquezas do Brasil, hoje está quebrado, sem pagar nem aos seus aposentados,
enquanto Pernambuco está rigorosamente em dia, mantendo alguns investimentos e ainda
realizando alguns novos que sejam mais necessários para ajudar a economia do
estado a acelerar.
Quanto
as pesadas criticas que a vereadora faz ao fracasso do Pacto Pela Vida, não
temos como não concordar, afinal, todos veem que a violência no estado está
fora de controle.
Paulo
pode até não ser muito politico como muitos o acusam, eu sou um destes, mais uma
coisa não temos como negar, o cara sabe trabalhar com finanças públicas, não é a
toa que era um dos secretários preferidos de Eduardo Campos. Vindo a ser o seu
escolhido para sucedê-lo.
,
As
criticas tem que ser feitas, quando tem de ser feitas, não interessa a quem, nem
em que intensidade, se tiver de criticar, tem de criticar, isso é democracia. Mas também temos de
elogiar e destacar o que está dando certo quando estiver dando certo. Isto é democracia. Afinal, o que queremos é um estado
melhor para todos nós nele vivermos, esteja quem estiver à frente do governo estadual.
Estou errado?
Quase
chegando ao fim da conversa, percebemos que ela trás uma grande e imensa magoa
dos seus antigos amigos, aliados e até familiares, carregando consigo aquele
discurso já repetitivo, cansativo e decorado, com certeza, talvez por isso, que a
imprensa já tenha perdido o interesse, afinal, quem viu uma de suas entrevistas
já viu todas, ela já decorou sua primeira fala, mais ainda não decorou a segunda, assim
fica muito repetitiva, a mesma coisa sempre, sempre e sempre. Chato, muito
chato.
Ao
final, o que vimos é que enquanto ela detona o PSB e seus antigos aliados, os
mesmos nada fazem, ficam quietos, calados, incapazes de esboçar alguma reação.
Será por medo? Será por ela estar certa e eles estarem errados? Por que será?
Eu
vos digo o por que será que acredito que seja depois de ter a conhecido
pessoalmente.
Não
fazendo aqui o papel de advogado do diabo, ou melhor, do PSB, longe de mim, pois como
muitos sabem, minhas criticas ao modo do partido governar em alguns
momentos, e não são poucas, mas uma coisa não temos como negar, goste-se ou não, o PSB é antes de tudo uma grande confraria de jovens amigos em torno de um sonho,
um sonho em comum que tomou conta de todos ao redor do doutor Miguel Arraes de
Alencar, como gostava de ser chamado. Impossível ter estado com Arraes e não ter se deixado conquistar por suas ideias e seus
sonhos, o grande mito que levou alegria e secou as lagrimas de milhões de
pernambucanos. Miguel Arraes de Alencar, com certeza, santo para muitos pelo
sertão afora.
Sem
falar do jovem Eduardo Campos, aquele garoto rebelde que conquistava os seus
amigos que o vieram o ajudar a governar, pois era neles que
Eduardo confiava. Jovens colegas hipnotizados ao ver seu avô discursar, abraçando
o sonho de mudar o mundo através dos ideais socialistas, através da esperança
em dias melhores. Coisa que pela magoa que pude sentir nela, chego a ter medo
dela ter perdido um pouco desta ilusão, da esperança, da espontaneidade.
Se
mudaram o mundo, o estado, para melhor ou para pior, isso fica para uma
outra história.
O
que senti ao conversar com Marília, é que quando ela começa a falar, a gritar, a esbravejar, todos olham e dizem:
-
Quem é?
-
É Marilia!
-
Marilia?
-
Sim, Marília. A pequena Marília.
-
Lembro, aquela linda garotinha de olhos azuis e cabelos castanhos, ou loiros castanhos, cacheados , ou
seriam lisos.
- Sim, sim, que agora cresceu!
-
Sim. Deixa ela falar!
- O que ela está falando?
- Não sei. Mas não revida.
-
Não podemos revidar.
-
Deixa, deixa ela falar.
-
Verdade, não podemos revidar, em respeito ao nosso amigo.
-
Em respeito ao nosso ídolo.
-
Afinal de contas, ela é neta de Arraes.
-
E prima do nosso amigo, Eduardo.
-
Vamos, vamos embora.